O que eu não soube ser Quando não há mais Espaço para o que passou O que será do quê Ainda está por vir? Se de tudo que passou Um pouco ficou aqui... Medidas são tão relativas Seja o meu hoje, o meu amanhã Seja o meu sorriso, minha noite, Minha manhã Seja minha voz, meu tormento, Minha paz Seja o que eu não sou ser A noite vai embora Para o dia amanhecer Eles se encontram e se encantam Na aurora e no entardecer Mas um renuncia as atenções Pois sabe que bem aí O outro passa a existir Dividir é tão relativo Seja minha palavra, minha fé Seja a minha alma, minha cabeça, O meu pé Seja luz no caminho e os passos Seja amor, beijo e abraços Seja o que eu não soube ser Quando as palavras já não explicam Não basta a mão que enxuga o seu pranto Acariciando o seu rosto Para não te ver chorar Um molde é na verdade Um limite O inverso da liberdade Padrões são tão relativos Seja meu sangue, minhas veias, Minha vida Seja minha...